É o terceiro ano seguido que equipe é reconhecida nacionalmente.
Após ter sido premiada nos dois anos anteriores por trabalhos apresentados, a equipe de Cirurgia Cardíaca da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) recebeu nova láurea no Congresso Brasileiro de Circulação Extracorpórea. O evento, realizado simultaneamente com o Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular, ocorreu na cidade de Fortaleza, no Ceará, no mês de abril.
O trabalho premiado foi “Perfusão Isolada Hipertérmica de Membro Inferior em Paciente com Melanoma Maligno”. Ele foi apresentado pela enfermeira perfusionista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e professora Andréia Cristina Passaroni e orientado pelo cirurgião cardiovascular e professor Marcello Laneza Felicio.
Na ocasião, foi relatada estratégia para o tratamento de paciente apresentando melanoma (tumor muito agressivo) em membro inferior direito (perna). A paciente foi encaminhada para o HCFMB para avaliação do caso, já que a amputação total do membro era a alternativa inicial para tentar conter a doença. “Várias sessões de quimioterapia e tentativas de ressecção (operação cirúrgica que consiste em cortar uma parte, mais ou menos extensa, de um órgão) do tumor foram feitas previamente sem sucesso. No momento do atendimento da paciente não havia a possibilidade de ressecção da lesão devido ao tamanho e estado avançado do tumor”, explicou o professor Marcello Laneza Felicio.
O tratamento consistiu no emprego da circulação extracorpórea (muito utilizada em cirurgias cardíacas) com a finalidade de administração de medicamentos quimioterápicos em maiores concentrações e em temperatura mais elevada que o habitual, somente para o membro comprometido. “Isto levou a maior ação das drogas no tumor, com menor efeito colateral sistêmico da quimioterapia e, consequentemente, menor risco para a paciente”, complementou o especialista.
Após a perfusão isolada hipertérmica (introdução lenta e contínua de um medicamento ou de sangue num organismo ou órgão, com o auxílio de uma injeção nos vasos sanguíneos) o tumor regrediu e pode ser ressecado pela equipe de cirurgia plástica.
O procedimento cirúrgico realizado no HCFMB demonstrou ser uma técnica segura e reprodutível que deve ser considerada para pacientes com tumor de difícil ressecção. A técnica adotada contou com o atendimento multidisciplinar da equipe de cirurgia cardíaca, cirurgia plástica, oncologia e radioterapia do HCFMB, o que permitiu traçar estratégias para um resultado positivo.
Assessoria FMB/ UNESP
