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13/01/2017
Recomendação de jejum longo para exames começa a mudar no Brasil. Medida está sendo revista no HC


Dr. Alessandro Mondelli comenta a nova recomendação - Arquivo Pessoal 
 
A recomendação de períodos muito longos de jejum para fazer alguns tipos de exame de sangue começou a mudar no Brasil e também no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). Com técnicas mais avançadas, o consumo de alimentos antes desses exames não interfere mais na análise feita nos laboratórios.
 
As máquinas atuais são supermodernas, e fazem as análises praticamente sozinhas. O paciente ter ou não ingerido algum alimento antes de tirar o sangue tem interferência mínima em relação ao resultado. Estudos comprovaram também que é muito importante diagnosticar os pacientes que têm níveis de colesterol e triglicerídeos altos depois que eles se alimentam. Em jejum, esses resultados seriam alterados.
 
O patologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) Dr. Alessandro Lia Mondelli fala sobre essa nova recomendação. “Na prática, a dieta do paciente não altera muito seus exames, devido ao avanço das tecnologias laboratoriais, que diminuem os interferentes das reações. Outro dado importante é que, quando você realiza o exame do paciente em jejum, significa que ele se programou para aquilo, o que não é habitual em seu dia a dia. Por exemplo: nós ficamos em jejum? Quase nunca, a não ser quando estamos em dieta ou precisamos ficar. Portanto, especialistas dizem que coletar o exame sem a pessoa estar em jejum significa saber como realmente a pessoa se encontra no seu dia a dia naturalmente”, explica.
 
O fim do jejum de 12 horas foi um dos assuntos discutidos em um congresso da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial no Rio de 2016. “Quando uma pessoa fica muitas horas sem comer, os níveis de colesterol e triglicerídeos tendem a baixar. E se a dosagem for feita nesse período, quando as taxas estão menores, o resultado pode não refletir o verdadeiro risco de uma doença cardiovascular”, diz Mondelli.
 
Atualmente, três entidades médicas brasileiras de peso se posicionam oficialmente, validando a não obrigatoriedade desse jejum. As Sociedades Brasileiras: de Cardiologia, de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial e a de Análises Clínicas. Com isso, os laboratórios poderão, em breve, coletar amostras sanguíneas para as chamadas lipoproteínas (colesterol total, HDL-c, LDL-c e triglicerídeos), independentemente do fato do paciente ter se alimentado previamente ou não.
 
Segundo Mondelli, esta nova recomendação já existe no HCFMB. “A maioria dos pacientes que dosa o perfil lipídico também dosa a glicose. Então, por hora, estamos mantendo a tradição do jejum de 12 horas. Mas essa medida será revista em breve, seguindo as novas normas mundiais”, afirma.
 
Por hora, o jejum ainda será recomendado em situações específicas, mas com grandes chances de ser desnecessário ao longo do tempo. O jejum de oito a 14 horas continua necessário para o diagnóstico de diabetes em glicemia, por exemplo.
 
Vivian Abilio – Assessoria de Imprensa do HCFMB via 4toques Comunicação
 



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