Com quatro votos contrários, o que prejudica o quórum de...
João Fernando (debotuca). Foto da GM: Flávio da Silva
Com quatro votos contrários, o que prejudica o quórum de 2/3 necessário para a aprovação, a Câmara Municipal de Botucatu rejeitou projeto do prefeito João Cury (PSDB) para a venda de um imóvel localizado em frente da Praça São Benedito.
No local funciona a Guarda Mirim de Botucatu, onde o prédio faz divisa com a escola Rafael de Moura Campos.
A justificativa do prefeito é que o dinheiro arrecadado com a venda deste imóvel seria aplicado na manutenção do Campo do Brasil de Vila Maria.
Na semana passada a Câmara aprovou permuta do campo da Vila Maria com imóvel no centro da cidade. A prefeitura pretende construir no local uma praça de esportes.
Negócio ainda vai dar pano pra manga, segundo ouvimos de pessoas ligadas ao clube.
Durante a semana pronunciamentos de defensores da transação sugeriam uma chantagem emocional, do tipo: “Aquela região merece essa benfeitoria”, por isso temos que aprovar o projeto.
Merece mesmo, mas daí você descobrir um santo para vestir outro não tem cabimento.
A prefeitura paga aluguel de vários imóveis e é um contrassenso tirar a Guarda Mirim daquele prédio para ser vendido.
Defensores da venda do imóvel criticaram a sugestão para que a área fosse incorporada à escola Rafael.
Segundo os governistas, uma adutora da SABESP inviabilizaria a fusão dos terrenos, causando perigo às crianças.
Até hoje ninguém se preocupou com esse risco, pois, no local funciona a Guarda Mirim, sem falar no grande movimento de pessoas que circulam pela rua Amando. Também não seria o caso da SABESP rever a presença dessa adutora que é de mil novecentos e bolinha?
Mas o pior ainda estaria por vir.
A secretária municipal da educação, Alessandra Lucchesi, também mobilizada na defesa da venda do imóvel, declarou na tribuna da Câmara que a escola tem 4 salas ociosas devido à baixa procura por vagas. Segundo ela a maioria dos alunos do Rafael são transportados porque no centro é baixa a população estudantil.
Podemos concluir que a prefeitura não tem projeto de ocupação e nem de ampliação para a escola Rafael de Moura Campos.
Mas como bem disse alguns vereadores, o Rafael poderia se tornar uma escola de ensino integral e aí o imóvel da Guarda Mirim seria útil. Também a criação de curso supletivo diurno e noturno. Eu acrescentaria a creche do comércio.
Também foi questionado o valor do imóvel em área central da cidade.
Bem, mas por 7 votos a 4, o projeto foi rejeitado, pela necessidade do quórum de 2/3.
Quanto ao campo de Vila Maria, fica a sugestão para a prefeitura; primeiro fazer um projeto e depois correr atrás de recursos.
O projeto volta a ser debatido na semana que vem para segunda votação. Se nenhum vereador mudar de lado será definitivamente rejeitado.
Votaram contra o projeto, isto é, contra a venda do imóvel, a vereadora Rose e Carlos Trigo (PT), Lelo Pagani (REDE) e Reinaldinho (PR).