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13/05/2020
Empreendedor deve priorizar novas alternativas e começar a profissionalizar a gestão


Crises geram oportunidades. A pandemia de covid-19, porém, exige mudanças de posturas administrativas, orçamentárias e de marketing. Este tripé no cotidiano do empreendedor continua sendo fundamental para a sobrevivência de empresas e a manutenção em um mercado cujas perspectivas não são animadoras em curto prazo. 
 
Algumas atitudes determinam posição de competição frente a concorrentes. Estar no mundo digital, por exemplo, tornou-se diferencial neste momento de limitação de movimentação. Mas, apenas dispor produtos e serviços no ambiente virtual não é suficiente, explica o consultor de negócios do Sebrae-SP, Henrique Teixeira, em entrevista à Revista Destaque Botucatu, editada pela Associação Comercial e Empresarial de Botucatu (ACEB). “É preciso estar no mundo virtual. Isso faz com que as pessoas hoje estão em casa venham a buscar algum serviço e produto pela internet ou mesmo fazer compras pelo tradicional telefone”, explica.  
 
Segundo o consultor, esta inserção ao virtual não demanda altos investimentos, já que é possível encontrar ferramentas gratuitas ou de baixo custo que venham a auxiliar em posicionar a empresa ou marca em ambientes virtuais. O que é preciso, no entanto, atrair clientes por meio de conteúdo útil e oferecer soluções. “O empreendedor deve adotar planejamento desta presença digital, ou seja, compreender que tal modalidade de atendimento é a mesma da presencial. Isso já vinha ocorrendo em um ritmo lento para as pequenas empresas e a pandemia acelerou este processo de inserção. Os que não tinham presença digital agora serão obrigados a abrir estes canais e quem já estava, mas de maneira tímida, terão que acelerar estes processos”, reforça Teixeira.
 
Para ele, algumas marcas têm solidificado a presença frente ao público por garantir experiências de relacionamentos bem-sucedidas com o consumidor. “As empresas precisam atentar-se que presença digital mais forte não é simplesmente publicar anúncios virtuais, o que seria uma forma de panfletagem pura. Deve-se conversar com o cliente de forma que o mesmo entenda do produto, serviço e que este conteúdo tenha relevância a quem procura a empresa. Deve-se dinamizar essa experiência das pessoas em nossos canais de atendimento virtual”, frisa o analista do Sebrae-SP.
 
Por outro lado, a gestão financeira da empresa precisa ser aprimorada e tratada com maior ênfase aos empreendedores. Criar reservas, racionalizar custos e dividendos, além de separar o faturamento empresarial do pessoal são pontos a serem adotados a quem empreende, ressalta o analista do Sebrae. “Há a necessidade de planejamento de gestão. Sabemos que 99% dos empresários, em todo o Brasil, não fazem planejamento financeiro, administrando a empresa de um dia para o outro, sendo que deixam de fazer a lição de casa crucial: separar despesas do empreendimento com as da casa e isso acaba em uma roda viva e, quando acaba o rendimento do negócio, acaba por afetar o lado pessoal. É necessário saber o quanto a empresa fatura, o quanto é destinado aos sócios, etc..”, explica Teixeira.
 
Quanto à retomada dos negócios após a quarentena, haverá um potencial cenário de volta do consumidor aos estabelecimentos, mas isso não necessariamente gerará compras em grandes volumes já que as opções continuarão sendo por itens de primeira necessidade. “Em um primeiro momento as pessoas voltarão às ruas de maneira acelerada até pelo tempo de quarentena. Ocorrerá uma “invasão” ao comércio e isso não se traduz em vendas imediatas. O que ocorreu foi apenas a saída do confinamento. Mas, para que os empresários se mantenham neste momento é planejamento e divulgação. Devemos deixar a postura de mera entrega de produtos, para uma de solucionador de problemas”, alerta o consultor.
 
O mundo pós-pandemia, no âmbito econômico, vivenciará a aceleração da mudança dos ritmos de negócio, com presença maciça do digital no comportamento das pessoas. Escolhas serão feitas por meio de experiências e relacionamentos. “Haverá uma ruptura nos modelos de negócio. A pandemia veio para acelerar este processo, a quarta revolução industrial que atingirá a todos, desde o grande ao pequeno empreendedor. Considerar o remoto e o digital é uma oportunidade. A população viverá um “novo normal” onde as pessoas serão mais seletivas onde ir e a forma de consumir. As empresas, portanto, precisam fazer parte das vidas destes consumidores. Produto por produto, muitas lojas têm. Mas aquelas que solucionem as necessidades do consumidor, estará à frente da concorrência. Os negócios são feitos de pessoas para pessoas”, finaliza Teixeira.
 
*Texto originalmente publicado na edição 52 da Destaque Botucatu, publicada pela Associação Comercial e Empresarial de Botucatu. Para acessar a versão completa, acesse aqui.
 



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