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23/10/2023
Renovado e inovador, curso de Engenharia Florestal FCA/Unesp chega aos 35 anos


Em 2023, o curso de graduação em Engenharia Florestal da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, comemora os 35 anos do início do seu funcionamento. E o faz numa situação muito especial. A turma de ingressantes no curso deste ano é a primeira a vivenciar a reestruturação curricular levada a efeito após muito estudo e trabalho intenso de uma comissão de professores.

O vice-diretor da FCA, professor Caio Antonio Carbonari, ressalta que há motivos de sobra para a data ser comemorada. “O curso de Engenharia Florestal da FCA é o único da Unesp. Ele aproveita as potencialidades locais e tem qualidade internacional. Nesses 35 anos vem contribuindo de maneira muito expressiva com a formação de recursos humanos de excelência para a produção florestal, desenvolvimento de tecnologias e produtos florestais e conservação ambiental. Durante esse período, desde a criação do curso, o Brasil se tornou uma potência no setor florestal, tem protagonismo mundial na conservação ambiental e vem se tornando o principal ator global na prestação de serviços ecossistêmicos. São muitos os desafios para continuar trilhando esse caminho de sucesso, mas também há muito o que se comemorar pelas conquistas e a relevância do curso”.

Até a presente data (outubro de 2023) quase 800 pessoas já se graduaram em Engenharia Florestal pela FCA e seguem atuando com destaque nas mais diferentes áreas do setor. Fernanda Abílio, egressa do curso, é hoje diretora executiva da Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas (Florestar São Paulo). “Para mim, cursar Engenharia Florestal significou dar continuidade ao trabalho numa área em que minha família sempre trabalhou ou teve proximidade. Através do curso, eu pude dar continuidade a esse gosto que minha família tem pela área florestal e ambiental. Trabalhei sempre em grandes empresas florestais e, por conta do trabalho responsável destas, pude ver como é atuar em um setor que agrega ambientalmente, socialmente e ainda assim pode ser viável economicamente. Assim pude ampliar meu campo de visão e meu senso de responsabilidade do mundo, ou seja, pude ter consciência ambiental e social”.

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Fernanda Abílio durante palestra aos alunos de Engenharia Florestal da FCA.

Tomás Dandrea Balistiero, atual COO (Chief Operating Officer) da Citrosuco, também é egresso do curso de Engenharia Florestal da FCA. “O curso abriu portas para um universo de possibilidades e foi decisivo para movimentos, oportunidades e aprendizados ao longo da minha carreira. Mais do que isso, um aspecto fundamental tem feito a diferença: visão sistêmica! Essa visão essencial, integrada e abrangente que aprendemos através da floresta, tem sido fator de diferenciação em todas as minhas decisões, incluindo não técnicas, e me ajudado a acertar mais do que errar e crescer na carreira”.

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Tomás Balistiero, COO da Citrosuco: "universo de possibilidades".

Para continuar transformando realidades e embasando carreiras de sucesso, o curso de Engenharia Florestal da FCA precisou se reinventar algumas vezes. Até chegar aos dias de hoje sendo relevante, atendendo a demandas e necessidades da sociedade, como destaca o professor Leonardo de Barros Pinto, atual coordenador do Conselho de Curso. “A Engenharia Florestal, de um modo geral, expandiu bastante nesses 35 anos. Estamos agora num momento muito interessante, em que o engenheiro florestal atende uma demanda do mercado em termos de cuidados com a natureza, sabendo explorar os recursos naturais de maneira adequada e, claro, pautado pela evolução tecnológica. O nosso curso acompanhou essas questões e por meio das alterações mais recentes, estamos preparando um profissional em sintonia com o que o mercado precisa e o respeito à natureza. Por isso, o nível de empregabilidade do nosso egresso é bom, acompanhando o aquecimento no setor florestal em geral”.

Desde a criação, a busca pela excelência

Criado pela Resolução UNESP Nº 41, de 08/06/1987, pela iniciativa visionária dos professores Carlos Marchesi de Carvalho, Maria Aparecida Mourão Brasil e Ricardo Antonio de Arruda Veiga, então docentes da disciplina de Silvicultura para o curso de Agronomia da FCA, o curso de Engenharia Florestal da FCA/Unesp foi o segundo de caráter público da área a ser implantado no Estado de São Paulo. Até hoje, segue sendo o único curso de Engenharia Florestal de toda a Unesp.

A característica da região de Botucatu, que desde aqueles tempos até os dias atuais se caracteriza como um polo importante de atuação de empresas do setor florestal brasileiro, também foi um fator relevante para a justificar a criação do curso. Além, é claro, da possibilidade de utilização e aproveitamento da infraestrutura do câmpus universitário e do curso de Engenharia Agronômica, mais especificamente. Na época da criação do curso, nas áreas das fazendas experimentais vinculadas à FCA, já existiam plantações de eucalipto, araucária e pinus em diferentes condições de cultivo. Tudo isso somado ao fato de haver, na área da Fazenda Edgárdia, mais de 500 hectares preservados de floresta nativa, uma das maiores reservas florestais situadas dentro de uma instituição universitária.

“Os professores Cida Brasil, Veiga e Marquesi resolveram criar um curso que proporcionasse uma formação sólida e eclética aos alunos em todas as áreas, incluindo silvicultura, melhoramento, conservação e tecnologia da madeira”, conta a professora Vera Lex Engel, contratada em 1989, numa das primeiras levas de docentes que chegaram para o novo curso. Segundo a professora, a preocupação em oferecer um curso moderno e dinâmico esteve presente desde seu início. “A proposta dos criadores era que após a formatura da primeira turma já houvesse um processo de revisão e reestruturação curricular. Isso começou a acontecer, mas foi um processo lento e acho que foi bom porque tivemos bastante tempo para discutir quais eram os pontos fortes e fracos do curso e o que precisaria mudar. Foi criado um grupo para trabalhar com essa primeira grande reestruturação, que teve início em 1998”.

Nessa altura, já havia o então Departamento de Ciências Florestais, criado em 1991, que concentrava boa parte dos docentes do curso. Em razão de condições político-administrativas existentes desde antes da sua criação, o curso de Engenharia Florestal também era atendido por diversos docentes contratados por outros departamentos da FCA. Também em 1991, atestando a consolidação do curso, foi criado o Grupo PET – Programa de Educação Tutorial – Engenharia Florestal, vinculado à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e a Faculdade recebeu o primeiro grande evento da área, o XXI Congresso de Estudantes de Engenharia Florestal.

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Projeto Trilha é uma das atividades de extensão mais tradicionais vinculadas ao curso.

Para essa primeira grande reestruturação curricular, os responsáveis trabalharam com a ideia de Mapa Conceitual e trouxeram profissionais da área de educação de outras instituições para ajudar a conceber um currículo em que as disciplinas estivessem relacionadas. Foram criados grupos temáticos relacionados (Conservação, Produção, Tecnologia e Florestas e Sociedade) tendo como objetivo a formação de um profissional com ênfase na sustentabilidade florestal, o que na década de 1990 significava a incorporação de um conceito bastante inovador.

Até então, a grade curricular era rígida, num programa seriado, com sistema de matrículas anuais e sequência fechada de disciplinas. A primeira grande reestruturação transformou o curso e trouxe inovações importantes. “O curso passou a ser por disciplinas, com o estabelecimento de créditos. Havia uma seriação ideal recomendada, mas havia uma certa flexibilidade dentro das possibilidades dos pré-requisitos e houve a possibilidade de passarmos a oferecer disciplinas optativas”, relata a professora Vera. “Outra grande mudança foi a introdução da quarta-feira livre, como um espaço para atividades extracurriculares, o que na minha opinião foi o maior avanço que conseguimos e possibilitou um diferencial muito grande dos nossos alunos com relação a outros cursos e faculdades”.

Considerada uma característica inovadora até hoje, a quarta-feira livre resultou de um estudo para reduzir a carga horária em sala de aula da maior parte das disciplinas, para que houvesse um espaço maior para atividades extracurriculares. “Estávamos indo na contramão do que a Unesp exigia na época. Na época que estávamos reduzindo carga horária, a Unesp começou a exigir dos docentes uma carga horária mínima dedicada ao ensino”, relembra a professora Vera. “Os professores da área florestal incorporaram de forma relativamente boa a redução da carga horária. Os laboratórios passaram a ter muita gente porque alunos de todos os anos começaram a trabalhar juntos, fazendo estágios, o que era muito enriquecedor para todos”.

Para a professora Vera, se a inter-relação entre as disciplinas e o foco na sustentabilidade tivessem sido plenamente incorporados teria sido um enorme salto de qualidade para o curso. Mas nem todos os docentes aderiram totalmente a esses novos conceitos. Alguns continuaram a ministrar suas disciplinas da mesma forma que antes. “É diferente você falar sobre qualquer tema, em qualquer área, sem pensar nas implicações da sustentabilidade. Ainda assim foi um processo bastante inovador. Um avanço muito grande. Nosso currículo ficou muito moderno e inovador na época, principalmente por esses dois aspectos: privilegiar as atividades extracurriculares e incorporar uma visão de sustentabilidade”.

De modo geral bem avaliado em rankings e publicações específicas voltadas para vestibulares, o curso seguiu sua trajetória, ora enfrentando adversidades, ora celebrando conquistas e avanços. A maioria do seu corpo docente cursou doutorado no período de 1990 a 1997, o que aumentou a aprovação de projetos junto às agências de fomento. Teve início um processo de discussão sobre a criação de um curso de pós-graduação, que veio a se concretizar em 2006, com a criação do Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal.

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Dia de Campo da Arboricultura, realizado em 2019.


Em 2008, foi realizada uma segunda reestruturação visando atender as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Engenharia Florestal (Resolução n° 3, de 2 de fevereiro de 2006). As principais alterações implantadas foram a criação, eliminação ou adequação de algumas disciplinas visando atender novos conteúdos programáticos; a implantação de atividades complementares, com a atribuição de créditos (projetos de Iniciação Científica, publicação de trabalhos, participação em cursos, estágios extracurriculares, disciplinas optativas, dentre outras) e a implantação do Trabalho de Curso (Trabalho Original de Pesquisa, Projeto em Engenharia Florestal ou Revisão Bibliográfica).

A partir de 2010, com o estímulo da Assessoria de Relações Externas (Arex) da Unesp, docentes e alunos do curso participaram de diversos programas de cooperação internacional e promoção do intercâmbio cultural e científico com instituições públicas e privadas de ensino superior estrangeiras. A FCA também passou por três processos de reestruturação departamental e a criação do novo curso de graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia até que o curso de Engenharia Florestal passasse por um novo e intenso processo de reestruturação curricular.

Pelos alunos, para os alunos

Em 2015, a professora Fatima Conceição Márquez Piña Rodrigues da UFSCar, realizou uma avaliação do Projeto Político Pedagógico (PPP) do curso de Engenharia Florestal e pontuou alguns aspectos que poderiam ser melhorados. A partir de 2018, as discussões para uma nova reestruturação curricular ganharam força. Já havia sugestões de relatórios resultantes da avaliação do curso em 2009 por avaliadores externos de instituições bem conceituadas na área florestal.

Em janeiro de 2019, a professora Carmen Marcati, recém-empossada na coordenação do Conselho de Curso, visitou a Universidade de Wageningen, na Holanda, instituição de excelência na área florestal. Ela fez contato com o professor Jan den Ouden, que avaliou a matriz curricular do curso de Engenharia Florestal da FCA e sugeriu a sua separação em especialidades devido à grande diversidade de temas.

Pouco tempo depois, um impulso importante para auxiliar a discussão de uma nova reestruturação foi dado por um evento realizado no dia 30 de março de 2019, por iniciativa dos alunos. “Nosso curso sempre foi pautado por enxergar o aluno como a peça mais importante. Temos esse diferencial, talvez por termos começado com poucos alunos e depois pela criação da quarta-feira livre, que possibilitou uma grande convivência dos docentes com os alunos fora da sala de aula, em atividades extracurriculares. Nós conseguimos formar um aluno mais crítico. Vejo isso como um dado muito positivo. Nosso aluno tem postura crítica – acho que esse é um traço tradicional do curso e que permanece até hoje”.

A avaliação acima, feita pela professora Vera Lex é corroborada pela realização do evento “Reflexão da Engenharia Florestal da Unesp, Botucatu”, que reuniu alunos, egressos e professores da Engenharia Florestal para promover a discussão sobre a grade curricular do curso. Idealizado por Helena Ronchi (egressa do curso e ex-residente nas Fazendas de Ensino, Pesquisa e Extensão da FCA) e Beatriz Papin (estudante do curso de Engenharia Florestal da FCA), o evento teve apoio da Coordenação do Curso e da Diretoria da FCA.

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Professora Vera Lex Engel durante o evento "Reflexão da Engenharia Florestal".

Apontando desequilíbrios entre as áreas e lacunas nos conteúdos fornecidos aos graduandos, as organizadoras mobilizaram docentes e alunos para um debate intenso, que passou pela história do curso, uma comparação entre as grades curriculares dos cursos de Engenharia Florestal das principais universidades brasileiras, a exposição dos alunos sobre a grade curricular de então, um levantamento sobre as áreas de atuação de ex-alunos e, finalmente, a divisão dos participantes em grupos de trabalho que debateram os temas: produtos florestais não madeireiros, produção florestal, floresta e sociedade e conservação dos recursos naturais. O trabalho resultou na entrega ao Conselho do Curso de quatro relatórios dos temas: Conservação de Recursos Naturais, Produção Florestal, Produtos Florestais não Madeireiros, Floresta e Sociedade, além de um relatório sobre as disciplinas optativas.

Na ocasião, a professora Carmen Marcati declarou: “Foi uma grande satisfação ver nossos alunos participando de um processo voltado para a melhoria da qualidade do curso. O teor das discussões mostra que temos alunos conscientes e compromissados. As discussões não foram aleatórias, foram bem norteadas, pensando em como trabalhar para melhorar o curso. É gratificante ver esse envolvimento que resulta em benefícios para as próximas turmas que virão”.

Um novo modelo

A busca por opiniões de avaliadores externos seguiu com importantes contribuições de profissionais renomados do Brasil e do exterior. O curso de Engenharia Florestal foi analisado pelo professor Dominik Roeser do Departamento de Gestão de Recursos Florestais, da The University of British Columbia (UBC), Canadá, em dezembro de 2019.

O ano de 2020 começou com a avaliação do curso pelo professor Han-Sup Han, Diretor de Operações Florestais e Utilização de Biomassa na Northern Arizona University (NAU), dos Estados Unidos, e na sequência, logo em fevereiro, com as avaliações dos professores Silvio Nolasco e Cassia Carneiro, coordenador e vice-coordenadora do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa.

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Dominik Roeser, da The University of British Columbia (UBC) foi um dos
especialistasa que avaliaram o curso.

Embora trouxessem diferenças pontuais em alguns aspectos, os relatórios produzidos pelos avaliadores convergiam em diversos outros pontos e constituíram uma base importante para o início dos trabalhos de reestruturação. Dentre as sugestões figuraram aspectos como: estruturar o curso partir de tópicos básicos e depois oferecer especializações, a inclusão de disciplinas (comunicação oral e escrita, resolução de conflitos, empreendedorismo), a criação de cursos de férias, equilibrar as disciplinas por área de conhecimento, incluir disciplinas de temas emergentes como obrigatórias e revisar as disciplinas evitando duplicidade de conteúdos, entre outras. “Todos os relatórios e apontamentos foram importantes para a construção do novo curso. As avaliações resultaram num relatório de deficiências e fortalezas que foi muito útil”, afirma a professora Carmen. “Os professores de Viçosa, baseados em sua própria experiência, sugeriram criar uma comissão pequena, enxuta para a levar adiante a reestruturação do curso. Utilizei nosso Mapa Conceitual, criado para a reestruturação de 1999, que estava muito atual, prevendo a relação entre as disciplinas das diferentes áreas, e comecei a constituir essa comissão”.

Em maio de 2020, em plena pandemia do Covid-19, a comissão de docentes constituída para coordenar a reestruturação curricular do curso em seus diferentes temas fez a primeira do que seriam trinta intensas reuniões on-line. A Comissão foi integrada pelos professores Renata Cristina Batista Fonseca e Silvio Carlos Santos Nagy para o tema Conservação da Natureza e de Recursos Florestais; Adriano Wagner Ballarin e Carmen Regina Marcati para o tema Produtos Florestais; Magali Ribeiro da Silva e Caio Antonio Carbonari para o tema Produção Florestal e Leonardo de Barros Pinto para o tema Floresta e Sociedade.

Além das indicações dos relatórios, o trabalho da comissão incluiu uma detalhada comparação das matrizes curriculares dos cursos de Engenharia Florestal das principais instituições brasileiras. “Foi um exercício fantástico e muito rico. Todos os participantes foram muito atuantes. Todo mundo participava muito ativamente das reuniões on line, discutindo profundamente cada tópico”, relata a professora Carmen. “Ao final do processo, concluímos que precisávamos obrigatoriamente ter as disciplinas de conteúdo básico e as de conteúdos profissionais essenciais, que são exigidas pela legislação. O restante do conteúdo nós buscamos flexibilizar, trazer os tópicos de mais importância na atualidade com a criação de três ênfases”.

As ênfases citadas pela professora constituem núcleo de conteúdos dentro de três especialidades: Produção Florestal; Conservação da Natureza e de Recursos Florestais e Produtos Florestais. O estudante, a partir do 6º semestre, fará a opção por uma dessas ênfases e irá cursar as disciplinas obrigatórias incluídas na ênfase escolhida. “Nas ênfases procuramos colocar o que daria o diferencial para nosso aluno de graduação. Tudo que é atual para a sociedade está colocado nas disciplinas das ênfases, além de alguns tópicos inovadores que já estão nas disciplinas essenciais”.

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Segundo a professora Carmen Marcati, "Tudo que é atual para a sociedade
está colocado nas disciplinas das ênfases".


 

Além da criação das ênfases o curso de Engenharia Florestal passou a incorporar conteúdos relacionados à Administração e Economia; Algoritmos e Programação; Ciência dos Materiais; Ciências do Ambiente; Eletricidade; Estatística; Expressão Gráfica; Fenômenos de Transporte; Responsabilidade Social; Desenvolvimento Sustentável; Inovação; Empreendedorismo, Segurança do trabalho; Gestão de Recursos Florestais; Desenho Universal;  Matemática; Mecânica dos sólidos; Metodologia Científica e Tecnológica e; por fim, conteúdos de Química; Física e Informática, com atividades práticas e laboratoriais

O Projeto Político Pedagógico também prevê que o curso terá programas e projetos de extensão de forma que as disciplinas, sob a perspectiva multidisciplinar e interdisciplinar, terão teoria e prática integradas. A metodologia de ensino das disciplinas prevê metodologias ativas de aprendizagem.

Expectativas

Com o trabalho terminado, em 2021 tudo foi encaminhado para a Reitoria da Unesp para fazer os ajustes regulamentares. O novo currículo passou a ser aplicado para os ingressantes de 2023. “Eu estou muito orgulhosa do que conseguimos. Não seria possível se essa equipe não abraçasse a causa com a seriedade e dedicação que o fez”, afirma a professora Carmen. “Entendo que como foi um currículo pensado com o embasamento de escolas de grande porte e importância, estamos no caminho certo. Acredito que será um diferencial na graduação da Engenharia Florestal da Unesp”.

Como toda novidade, e por seu caráter inovador, o novo currículo ainda suscita algumas dúvidas. Uma delas diz respeito à possibilidade de uma determinada ênfase ser mais buscada por alunos do que as outras. “Sim, isso pode ocorrer. Mas essa situação não constitui um problema, porque pode ser bastante variável de um ano para o outro. Há perfis muito diferentes de turmas que ingressam no curso. É muito variado e não conseguimos, e acho que nem devemos, ter controle sobre isso. Creio que o mais importante é disponibilizarmos essa flexibilidade para nossos alunos”.

A professora Carmen informa também que o aluno poderá mudar de ideia e trocar a ênfase inicialmente escolhida. “Nesses casos, ele pode mudar a ênfase e as disciplinas que ele já cursou entram em seu currículo como optativas. Vale lembrar que a escolha pelas ênfases só acontecerá no sexto semestre. De uma maneira geral, o aluno terá ferramentas suficientes para saber escolher o que quer cursar, depois de passar pelas disciplinas básicas e as profissionais essenciais”.

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O novo currículo do curso passou a ser aplicado para os ingressantes de 2023.

A professora considera que a Faculdade e o curso de Engenharia Florestal estão estruturalmente preparados para o novo currículo, que chega num momento novo para a universidade, com a retomada das contratações de docentes após momentos difíceis em que a carência de professores, especialmente pela falta de reposição de docentes aposentados, chegou a lançar dúvidas sobre a viabilidade do curso. “Estamos confiantes nesse momento atual da universidade. Estamos vendo uma disposição da Reitoria em ajudar, conferindo aporte financeiro e fazendo as reposições de necessárias de docentes. Acredito que estamos no caminho certo. Não fizemos um trabalho perfeito, mas chegamos muito próximos do que almejávamos. Estou muito satisfeita e com o pé no chão. O primeiro passo foi o mais difícil. A partir de agora fica mais fácil fazer os ajustes a partir das demandas que virão”.

O coordenador do curso também aposta no sucesso do novo modelo. “O que era uma demanda, por cuidados com o meio ambiente, agora está ditando o mercado, e por consequência, o universo de atuação do engenheiro florestal. Nosso egresso terá uma visão bem elaborada das questões ambientais e do acesso à tecnologia, além da promoção de desenvolvimento num contexto de sustentabilidade”, analisa o professor Leonardo. “O Curso de Engenharia Florestal, da UNESP, contempla muitas informações sobre a utilização e desenvolvimento da tecnologia, o respeito e a valorização dos recursos naturais. O profissional formado aqui continuará tendo sucesso no mercado, pois, dentre outras qualidades vai carregar a marca da interdisciplinaridade, que se caracteriza pela capacidade de dialogar com profissionais de distintas áreas. Nesta trajetória, assegurada pela base sólida estabelecida nestes 35 anos, agora sob novos moldes, reafirma a sintonia com as demandas da sociedade como um todo”.

 

Da Assessoria - FCA/Unesp Botucatu




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