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20/06/2018
Trabalho sobre o projeto "Ciclo Limpo" em Botucatu é premiado em Fórum Internacional


No dia 15 de junho de 2018, Julio Ruffin Pinhel, mestrando do programa de Pós-Graduação em Agronomia/ Energia na Agricultura da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, orientado pelo professor Alcides Lopes Leão do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia, recebeu dois prêmios no 9º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos realizado na cidade de Porto Alegre / RS.

O trabalho “Ciclo Limpo: Análise da viabilidade de um modelo de gerenciamento descentralizado de resíduos orgânicos”, apresentado de forma oral, foi um dos 15 selecionados entre os melhores trabalhos científicos do evento, sendo contemplado com menção honrosa. Além disso, foi um dos sete trabalhos selecionados para publicação em revista científica. No total, 139 trabalhos foram apresentados no fórum.

O objetivo desse estudo foi caracterizar a atuação do empreendimento “Ciclo Limpo” como um modelo de gerenciamento descentralizado de resíduos orgânicos, analisando sua viabilidade no município de Botucatu /SP.

O Ciclo Limpo é um modelo de negócios baseado em adesão de pessoas ambientalmente interessadas, onde estas pagam uma mensalidade para ter seus resíduos orgânicos coletados e compostados. A proposta consiste, além dos serviços de coleta domiciliar ou comercial e compostagem descentralizada, no retorno no final de cada mês de 1 kg de composto ou uma muda de hortaliça ou tempero, de acordo com a disponibilidade de mudas (conforme escolha do cliente). Cada cliente também recebe um relatório de acompanhamento com o feedback da sua participação, incluindo a quantidade de resíduos coletados, a estimativa da quantidade de composto produzido e as emissões evitadas.

No caso das coletas domiciliares, as famílias que fazem a adesão recebem um balde branco de 18 litros identificados com a logomarca do Ciclo Limpo, com tampa, e um saquinho de lixo na cor verde, biodegradável, de 30 litros, para acondicionamento dos resíduos. Um novo saquinho é deixado a cada coleta, que é realizada semanalmente. No caso das coletas em grandes geradores (escolas, restaurantes e lanchonetes), as coletas são realizadas em bombonas de 30, 45 ou 50 litros, de uma a três vezes por semana (conforme demanda do local), e nas coletas são feitas as trocas das bombonas cheias de resíduos por outras vazias.

Para caracterizar a atuação do Ciclo Limpo quantificadas: a) A quantidade de resíduos orgânicos coletados - a cada coleta realizada é feita a pesagem dos resíduos, no exato momento das coletas. Estas pesagens são acompanhadas pela data da coleta e pelo respectivo ponto de coleta (estes dados irão compor parte do relatório de acompanhamento enviado a cada cliente mensalmente); b) A quantidade de composto produzido, através de aplicação de um fator de redução de massa de 0,4 obtido de forma empírica; c) A quantidade de clientes que aderiram ao Ciclo Limpo ao longo do tempo de operações do empreendimento, medido a partir do número de termos de parceria assinados.

Também foi realizada análise do composto produzido no Laboratório de Fertilizantes e Corretivos na Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu/SP, a fim de avaliar a sua qualidade agronômica. Os parâmetros analisados foram: Nitrogênio, Pentóxido de Fósforo, Óxido de Potássio, Cálcio, Magnésio, Enxofre, Ferro, Manganês, Sódio, Cobre, Zinco, pH, Relação C/N, Carbono Total, Umidade, Matéria Orgânica Total.

Por fim, foram calculadas as emissões de gases do efeito estufa evitadas (calculadas em kg de CO2-eq).

O período observado para o levantamento dos dados foi de outubro de 2016 a fevereiro de 2018, período em que também foram obtidas informações relevantes através da observação em campo da rotina do projeto, tais como a operação das composteiras.

O processo de compostagem é realizado no laboratório RESIDUALL – laboratório de Resíduos Sólidos e Compósitos, da Fazenda Experimental Lageado, na Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu/SP. Para tanto, são utilizadas composteiras de concreto de 1m³ cada, num total de 32 composteiras. Em cada uma cabe entre 200 e 300 kg de resíduos orgânicos mais a matéria fonte de carbono a ser utilizada. Em média, o tempo de compostagem é de 100 dias, com um reviramento semanal. A matéria fonte de carbono comumente utilizada é a serragem pela sua fácil disponibilidade e por não ter custo (trata-se de um resíduo das madeireiras locais).

Atualmente, o Ciclo Limpo conta com 21 pontos de coleta, sendo 2 restaurantes, 1 lanchonete, 1 escola, 1 armazém e 16 residências. Cinco pontos são considerados grandes geradores (restaurantes, lanchonete, escola e armazém), ou seja, 23,8%. São aproximadamente 350 kg de resíduos orgânicos coletados semanalmente e 10,8 toneladas coletadas e compostadas desde o início do projeto (dados atualizados de fevereiro de 2018).

A estimativa é que essa quantidade produza até 4,3 toneladas de composto, levando-se em conta que do total de resíduos coletados, no máximo 40% (em peso) vira adubo, dado observado empiricamente. Com isso, foram evitadas as emissões de aproximadamente 8,3 toneladas de gases do efeito estufa.

Os resultados da análise do composto indicaram que este se encontra estabilizado e pronto para ser aplicado ao solo, em hortas, jardins e outras aplicações agronômicas. Todos os parâmetros demonstraram-se adequados, segundo a instrução normativa n° 25/2009 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para os teores de nutrientes que são normalmente encontrados em compostos orgânicos de classe C, aqueles que são produzidos utilizando resíduos alimentares como matéria prima.

No contexto atual em que vivemos, no qual lidar com os resíduos sólidos urbanos é considerado um desafio diário. O Ciclo Limpo vem desenvolvendo um modelo de gerenciamento de grande importância para a gestão decentralizada dos resíduos orgânicos. O gerenciamento adequado destes resíduos, além de aumentar a vida útil dos aterros sanitários, uma vez que estes passam a ser encaminhados para processos de compostagem, diminui a emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera e produz um composto estabilizado e de qualidade para utilização agronômica, conforme observado nos resultados deste estudo.

Abaixo a lista do que pode ir no baldinho do Ciclo Limpo (orgânicos a serem compostáveis) e o que não deve ir no baldinho:

 

O QUE PODE IR NO BALDINHO

O QUE NÃO PODE IR NO BALDINHO

Cascas de frutas, legumes, verduras, grãos e sementes

Carnes de qualquer espécie (EM EXCESSO)

Saquinhos de chá, erva de chimarrão, borra de café e de cevada (com filtro)

Papel higiênico usado e fezes de animais domésticos

Sobras de alimentos cozidos ou estragados (SEM EXAGEROS E SEM DESPERDÍCIOS) e cascas de ovos

Ossos

Palhas, folhas secas, serragem, gravetos, palitos de fósforo e dentais

Gorduras

Papel toalha, guardanapo de papel, caixa de pizza e papel de pão (todos sem tinta).

Plásticos, vidros, metais e papéis com tinta.

 

Para mais informações sobre o projeto:

julioramone@hotmail.com

facebook.com/CicloLimpoBtu

www.ciclolimpo.com

 

Da Assessoria




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