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03/05/2019
Emoções no Jubileu de Ouro da II turma de medicina da antiga FCMBB


Comemorações ocorreram entre os dias 26 e 28 de abril.
 
 
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Um fim de semana capaz de proporcionar emoções indescritíveis. As lágrimas nos rostos daqueles que alavancaram o crescimento da antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), atual Faculdade de Medicina de Botucatu-Unesp (FMB), traduziam o sentimento nobre e recíproco existente entre os integrantes da II turma do curso de medicina e a Instituição de Ensino.
 
Entre os dias 26 e 28 de abril, os pioneiros da antiga FCMBB participaram de atividades que marcaram os 50 anos de graduação. Uma sessão solene em homenagem a II turma de medicina, plantio de árvore, descerramento de placa, visita ao Centro de Memória, lançamento de livro, uma missa comemorativa foram algumas ações promovidas para celebrar o Jubileu de Ouro.
 
No dia 26 de abril, o Salão Nobre da FMB sediou a Sessão Solene da Congregação em comemoração ao meio século de graduação da II turma. Na ocasião foram entregues certificados aos pioneiros e o descerramento da placa em homenagem a turma. O professor Hélio Vannuchi, integrante dos pioneiros, fez a doação de um quadro para a Instituição. A obra ficará exposta no Salão Nobre.
 
No dia 27 de abril, no local que abriga o prédio da administração da Faculdade, foi realizado o plantio da árvore. E no dia 28 de abril uma missa foi celebrada para marcar os 50 anos da II turma de medicina.
 
Discursos da Sessão Solene
 
“Botucatu era uma cidade com 40.000 habitantes mais ou menos, uma cidade que tinha sonhado grande, trabalhado de forma coesa e, como consequência, tinha uma Faculdade de Medicina, na realidade uma Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, algo a frente do tempo”, disse a professora Marilza Vieira Cunha Rudge, que fez um discurso homenageando as famílias botucatuenses que receberam os primeiros alunos da antiga FCMBB. “Nós, da segunda turma, chegamos com nossos sonhos, mas com um enorme problema. Onde morar e onde se alimentar? Mas cada família botucatuense, na sua esfera pessoal, enxergou-nos como estudantes em situação de vulnerabilidade e doaram espaços dentro de suas próprias casas para suprir as nossas necessidades”, lembrou.
 
O professor Hélio Vannucchi, orador da turma, fez um breve resgate do contexto histórico que eles vivenciaram quando chegaram em Botucatu. “Somos frutos de uma geração prodigiosa, emergentes de processos sombrios, como o da segunda guerra mundial e de uma ditadura, da evolução industrial e política dos tempos conturbados da guerra fria, do progresso das universidades e privilégios do Estado do porte como São Paulo”, recordou. “Éramos, sim, uma geração politizada, não importa a militância. Lembrando os movimentos políticos, revolucionários em vários pontos da Terra naquele momento...éramos críticos contumazes, atentos para o desenvolvimento do nosso entorno e dispostos a mudar rumos”, concluiu o docente.
 
A vice-diretora da FMB, professora Maria Cristina Pereira Lima (Kika), leu uma mensagem escrita pela professora emérita Dináh Borges de Almeida (homenageada da II turma), que não pôde comparecer no evento. “O que quero transmitir é o quanto foram fundamentais com os primeiros gestos de rebeldia; rebeldia essencial baseada no compromisso com a qualidade da profissão que deveriam exercer; rebeldia essencial, no decorrer de todos os tempos, para construção e crescimento de todas as Instituições”, ressaltou em seu discurso. 
 
O diretor-presidente da Famesp, professor Antonio Rugolo Jr, parabenizou a turma pelo Jubileu de Ouro e pela contribuição dada na consolidação da Instituição. O dirigente lembrou ainda que ali, no Salão Nobre, havia oito de seus professores durante o período de graduação.
 
O superintendente do HCFMB, professor André Luis Balbi, falou sobre o papel e relevância da Unidade na formação dos médicos. O docente ressaltou em seu discurso os serviços oferecidos pelo Hospital e sua estrutura. “Não existiria HC hoje se não houvesse os pioneiros (primeira, segunda e as demais turmas). Hoje a gente caminha levando o que vocês nos ensinaram”, disse. 
 
Para o secretário municipal de saúde de Botucatu, André G. Spadaro, participar do evento em homenagem a II turma foi gratificante, uma vez que o cargo ocupado atualmente por ele nem sempre reserva momentos agradáveis. “Espero que vocês aproveitem esse momento entre vocês e entre seus familiares”, ponderou.
 
“Vocês lutaram por esta escola, lutaram em tempos sem democracia, em tempos difíceis. Todos nós sabemos que a ditadura existiu. Muitos de vocês estiveram na histórica Operação Andarilho e em tantas outras lutas”, disse o diretor da FMB, professor Pasqual Barretti. O dirigente pautou seu discurso no relevante desempenho dos integrantes da II turma no tocante ao desenvolvimento da Instituição. “Nossa escola deve muito a vocês; nossa escola tem muito orgulho de vocês”, lembrou. Professor Pasqual citou ainda o papel da Faculdade como cenário de ensino e a estreita relação com o HCFMB e Famesp, o que possibilita o cumprimento da missão de ensinar.
 
Durante o evento, a professora Lígia Niéro de Melo, do Departamento de Clínica Médica, e o professor Winston Bonetti Yoshida, do Departamento de Cirurgia e Ortopedia, realizaram uma apresentação musical para homenagear a segunda turma. 
 
Sobre a FMB
 
A criação da FCMBB, instituto isolado de ensino superior público, do qual se originou a atual FMB, deveu-se a inúmeros fatores não constituindo um acontecimento isolado. 
 
Em 1939, o então prefeito de Botucatu, Joaquim do Amaral Gurgel reúne prefeitos da região e solicita ao interventor federal no Estado a construção de um hospital para tuberculosos pobres em Rubião Jr. Em 1950, firmou-se o contrato de construção do Sanatório para Tuberculosos.
 
Com a intensa participação da sociedade botucatuense e dos seus quadros políticos, com a liderança política da Câmara Municipal de Botucatu e do prefeito Emilio Peduti, desenvolveu-se uma forte campanha, que culminaria com a assinatura da Lei 4991, de 25 de novembro de 1958, que criou a FMB. Contudo a forte pressão contrária da Universidade de São Paulo e questões de política partidária impediram que esta faculdade fosse instalada.No entanto, o desenvolvimento e a transformação dos cursos médicos, especialmente em São Paulo  e estudos de professores da USP resultariam no projeto de lei n.299, de 26 de abril de 1962. Este projeto propunha a criação da FCMBB, criada oficialmente em 22 de julho de 1962, no governo Carvalho Pinto.
 
A Faculdade foi instalada em 26 de abril de 1963, sob a direção do prof. Dr. João Alves Meira, com a assessoria e coordenação local do professor Mário Rubens Guimarães Montenegro. 
 

Da Assessoria (FMB/Unesp)



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