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COTIDIANO
07/02/2020
Projeto leva adubo orgânico às hortas comunitárias de Botucatu


Parceria entre FCA/Unesp, Prefeitura e Banco de Alimentos

            Uma parceria entre a Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, câmpus de Botucatu, e a Prefeitura Municipal de Botucatu, por meio de sua Secretaria do Verde, Zeladoria e Banco de Alimentos, tem transformado resíduos de podas de árvores e restos de alimentos coletados, em adubo orgânico de ótima qualidade.

            O processo funciona da seguinte maneira: a Prefeitura de Botucatu, por meio da Zeladoria (coordenada pelo Paulo Sérgio Alves - Paulinho e a parte de poda pelo Almir Rogério Rodrigues ) recebe solicitações de pessoas ou empresas instaladas na cidade para realizar a poda de galhos e árvores. Após o corte, um picador potente acoplado a um caminhão transforma galhos, folhas e troncos em pedaços pequenos, medindo de 2 a 5 cm, que são depositados no Pátio de Compostagem de Resíduos, localizado dentro da Fazenda Experimental Lageado.

O Pátio, que é registrado junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), foi especialmente preparado para este fim. Nele são tomados todos os cuidados para a preservação do ambiente, com relação a não ocorrência de odores ou a formação de chorume (líquido escuro que se desprende do material em decomposição quando muito úmido).

No entanto, somente as podas de árvores não geram um composto, uma vez que este material é rico em carbono e, portanto, não é uma “dieta” ideal para os microrganismos que irão transformá-lo em adubo orgânico, como relata o professor Roberto Lyra Villas-Bôas, da FCA. “É necessário misturar as podas com um material mais úmido e rico em nitrogênio, a fim de estabelecer um equilíbrio na umidade, na porcentagem de ar e nos teores de nitrogênio e carbono ideais no interior da pilha do composto”.

            O material que é misturado às podas de árvores provém do Banco de Alimentos de Botucatu, projeto desenvolvido por uma parceria da ONG Ação Cidadania e Prefeitura Municipal de Botucatu, sob coordenação da nutricionista Mariele Coral. O Banco recebe frutas, legumes e verduras com algum defeito, mancha, batida ou qualquer outro dano que faz como que os supermercados os retirem das gôndolas. Ao invés de serem jogados no lixo, os alimentos são encaminhados para o Banco de Alimentos e lá são cortados, separadas as partes comprometidas, higienizados, ensacados ou são transformados em suco (frutas principalmente) e encaminhados para várias instituições assistenciais de Botucatu.

Atualmente, são mais de 20 fornecedores parceiros do projeto, incluindo alguns dos principais supermercados de Botucatu.

            O resíduo não aproveitado pelo Banco de Alimentos é encaminhado para a Fazenda Lageado semanalmente, por meio da Secretaria do Verde, atividade coordenada pelo secretário Marcio Piedade Vieira. No Lageado, os resíduos de alimentos são misturados com os resíduos de poda das árvores. Essas operações são acompanhadas semanalmente pelos engenheiros agrônomos Bruna Catoia e Daniel Nogueira Crepaldi, residentes das Fazendas de Ensino, Pesquisa e Extensão (Fepe) da FCA, e pela auxiliar agropecuária Rubya Mara Galvão.  

A mistura entre os materiais são feitas por uma equipamento denominado compostador. Trata-se de um trator que teve seu eixo elevado e ao qual foi acoplado um misturador de hastes que executa a mistura e faz o alinhamento da pilha de compostos.

            Após esta mistura, a condição da massa já esta adequada para iniciar a transformação pelos microoganismos (bactérias, fungos, actinomicetos e outros organismos que estão presente no solo, nestes resíduos e se alimentam desse material) que vão decompondo o material, o que gera calor. “Normalmente, durante a transformação, o centro destas pilhas podem atingir até 60°C, o que é interessante pois elimina os possíveis microorganismos patogênicos, ou seja, nocivos ao homem que podem estar contidos no material”, explica o professor Lyra. “As transformações ocorrem em um prazo de 90 dias quando a umidade dos resíduos são adequadas,  gerando um material escuro, sem odor e que chamamos de composto orgânico”.

            Depois de pronto, o composto orgânico resultante dessa transformação é distribuído pela Prefeitura entre as hortas comunitárias da cidade. Até hoje, já foram produzidos e retornados as hortas mais de 100 toneladas de composto orgânico. “O adubo orgânico auxilia economicamente os produtores que, com seu uso, não necessitam adquirir adubo inorgânico para suas hortas. Além disso, o projeto diminui a quantidade de resíduos orgânicos que chegam ao aterro sanitário de Botucatu”, salienta o professor Lyra. “Temos muito orgulho de integrar essa parceria e coordenar esse projeto”.

 


Da Assessoria FCA/Unesp
 




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