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30/01/2016
Hanseníase: da ignorância à cura


O último domingo do mês de janeiro é o Dia Nacional...

O último domingo do mês de janeiro é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase
 
Joel Lastória, dermatologista A hanseníase é uma das doenças mais antigas e é diversas vezes citada em registros da antiguidade. Segundo artigo da dermatologista Letícia Maria Eidt, a hanseníase acompanha boa parte da história da humanidade e já era conhecida há mais de 4000 mil anos na Índia, China e Japão. Ela também existia no Egito há 4300 anos, segundo papiro que é atribuído à época de Ramsés II, faraó egípcio que governou entre 1290 a.C. e 1223 a.C. De acordo com a médica, há evidências objetivas da doença em esqueletos descobertos no Egito, datando do segundo século antes de Cristo. Já para o Ministério da Saúde (MS), os relatos mais antigos da doença datam 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, são consideradas o berço da doença. Na Bíblia cristã, diversas passagens citam os hansenianos, vulgarmente chamados de leprosos, inclusive em passagens onde Jesus os "limpa" de suas chagas. No Brasil, os primeiros casos da doença foram notificados no ano de 1600, na cidade do Rio de Janeiro.
 
Conforme cita a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em 1873 a bactéria Mycobacterium leprae, causadora da moléstia, foi identificada pelo norueguês Armauer Hansen. A transmissão da doença ocorre quando a pessoa saudável tem contato com gotículas que saem do nariz ou da saliva do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente. A SBD também explica que o problema afeta primordialmente a pele, mas pode atingir também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Ao penetrar no organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. O período de incubação é prolongado e pode variar de seis meses a seis anos.
 
Segundo o professor adjunto do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Joel Lastória, o combate ao preconceito é de grande relevância para a prevenção da hanseníase. "O combate ao preconceito é importante para o controle da doença. Quanto mais a população está esclarecida sobre o problema, o medo e o preconceito diminuem consideravelmente. E isso faz com que as pessoas, ao menor sinal de suspeita de contaminação, procurem as Unidades Básicas de Saúde (UBS) em busca de auxílio. Ao mesmo tempo, quando alguém vê algum dos sintomas em conhecidos e familiares, influenciam essa pessoa para que ela vá ao médico", pontua.
 
Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, em 2014 foram diagnosticados 31.064 novos casos da doença no país, sendo que o Nordeste teve o maior número de registros, com 13.523 pessoas infectadas. Já o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), atende cerca de 40 pacientes por mês, entre novos casos e as pessoas que já estão sendo tratadas. Lastória explica que o HCFMB é referência na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo para o atendimento de hanseníase. Por esse motivo, o Hospital atende pacientes da região de Botucatu e também outras localidades. Ele ressalta que não existem muitos diagnósticos novos nessa região, pois o Estado de São Paulo tem a doença sob controle. A partir de 1980, foi instituído um novo protocolo de tratamento da hanseníase, e, a partir disso, considerou-se que a doença tem cura.
 
O especialista fala que as pessoas que têm suspeita de ter contraído a doença, devem ir imediatamente à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para fazer o exame de detecção. "Há tipos diferentes de hanseníase, que variam conforme as pessoas sejam mais ou menos resistentes ao agente causador. É fundamental realizarmos o diagnóstico e o tratamento o mais precocemente possível, evitando possíveis complicações e diminuindo a cadeia de transmissão. Para isso, é necessário que as pessoas procurem a UBS mais próxima ao perceberem qualquer suspeita. Os profissionais de saúde estão aptos a realizarem o diagnóstico e assim que a pessoa começa o tratamento, ela já não transmite mais a doença. O tratamento é gratuito e a doença tem cura", garante.
 
Lastória também afirma que a melhor forma de prevenção é o esclarecimento da população e a descoberta e tratamento de todos os doentes. "Quando há um caso de diagnóstico positivo para hanseníase, deve se examinar todas as pessoas que tiveram contato com aquele paciente para fazer o diagnóstico precoce e, caso necessário, iniciar rapidamente o tratamento dos outros indivíduos contaminados. O Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde se empenham em campanhas de esclarecimento da população através da mídia. E posso afirmar que estamos constantemente nas rádios e jornais falando sobre o assunto. Informações não faltam", declara.
 
Sintomas da Hanseníase
 
Segundo a SBD, o primeiro e principal sintoma da doença é o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas (manchas avermelhadas), que são pouco visíveis e com limites imprecisos. Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando o nervo da região onde a doença se manifestou é lesionado, acontece dormência e perda de tônus muscular na área. Podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos e pode haver alteração na musculatura esquelética causando deformidades nos membros.
 
Assessoria/ 4toques comunicação



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