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OPINIÃO
26/08/2016
A eleição municipal e o meio ambiente. Por Mário Sergio Rodrigues


Foi dada a largada para campanha eleitoral nos municípios e este ano temos cinco candidatos a prefeito e 204 (!!!)  a vereador em Botucatu.

No caso dos vereadores, a esperança é que, assim como com as modernas câmeras fotográficas digitais, com as quais tiramos centenas de fotos para aproveitar apenas algumas poucas, consigamos fazer pelo menos 11 boas escolhas desse universo enorme de opções.

Quantos aos candidatos a prefeito, ainda estou esperando alguma proposta realmente interessante para a área de meio ambiente.

Primeiramente, porque o conceito de meio ambiente do senso comum ainda é a de bichinhos e arvorezinhas felizes pela floresta. Pois o meio ambiente é muito mais do que isso. No meio urbano, ambiente é transporte, mobilidade, inclusão, áreas verdes, áreas de lazer, arborização planejada, planejamento urbano, gestão de águas pluviais, gestão de resíduos sólidos, gestão de recursos hídricos, em última instância, é qualidade de vida para todos os cidadãos.

Embora tenhamos obtido boas classificações no Programa Estadual Município Verde e Azul, que classifica e premia municípios em função do seu desempenho em questões ambientais, Botucatu está longe de ser considerado uma cidade modelo no trato com o ambiente. Por exemplo: a verdadeira área verde e de lazer para os botucatuenses é o campus da FCA, na Fazenda Lajeado. Embora o Parque Municipal “Joaquim Amaral Amando de Barros”, no Jardim Paraíso, seja um belo parque, ele ainda não foi incorporado pela população. Ademais, ambas as áreas localizam-se na zona norte da cidade. E as demais? Entre a Estrada Municipal dos Delegos e a Estrada Municipal dos Oians existe uma área de Cerrado há muito clamando para ser transformada em parque, sem que as sucessivas administrações a notem. No Parque Residencial Convívio, paralela à Rua Ernesto Pompiani, existe outra área excelente para um parque. Ao longo do Córrego do Tenente; ao lado da Vila Real e do Conj Habitacional Frei Fidelis; no Parque Marajoara; no entorno do Fórum; no Recanto Árvore Grande; no jardim Santa Elisa; no Recanto Azul; entre a Vila Paulista e o Jardim Eldorado; entre o Monte Mór, o Jardim Itamarati e o Jardim Cambui; enfim, são muitas as áreas em Botucatu, públicas ou não, que deveriam ser transformadas em parques para o lazer e o desfrute da população, mas parece que são invisíveis, ou que essa é uma questão de menor importância. Seria uma maravilha podermos cruzar a cidade, caminhando ou em bicicleta, em todas as direções através de praças e parques, mas parece que a prioridade é construir avenidas para cada vez mais carros.

Aliás, essas avenidas só são demandadas porque Botucatu não cessa de alargar-se, cada vez mais longe de seu centro histórico, indo na contramão das cidades modernas, compactas e planejadas na dimensão humana, onde num raio de 500 metros de qualquer ponto são encontrados todos os serviços necessários no dia a dia. O planejamento urbano, por aqui e na maioria das cidades do país, parece feito mais para beneficiar a especulação imobiliária, do que pensando no benefício comum Cidades mais extensas demandam transporte mais caro, enormes redes de abastecimento de água e coleta de esgoto, redes elétricas, de iluminação e de telefone, que enfeiam a paisagem e custam caríssimo para instalar e manter.

Botucatu não tem um Plano de Arborização, ou melhor, tem mas não é implantado. Todos se encantam quando visitam Maringá, Londrina, ou mesmo Araraquara, com sua maravilhosa Rua 5, mas não logramos trazer para cá os bons exemplos de fora.

É preciso repensar a gestão do lixo; as calçadas, que são verdadeiras armadilhas para os pedestres; os carros de som; as áreas de lazer para todas as idades; a tão esperada ciclovia; o parque linear do Lavapés... É preciso repensar a cidade para as pessoas. Tudo isso é meio ambiente. Mas parece que esses são temas sem importância. Quem sabe daqui a quatro anos?

 

Mario Sergio Rodrigues é Engenheiro Agrônomo




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