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09/09/2016
Golpe - cronologia resumida. Por Everaldo Rocha


Cena 1- abril 2012. Visando estimular a produção e o consumo a Presidenta Dilma usa os bancos públicos para baixar a taxa de juros bancários. Para não perder clientes os demais bancos são obrigados a acompanhar. O Banco Central já vinha reduzindo a taxa Selic e em outubro chega à menor taxa da história. O capital financeiro se sente prejudicado. A indústria e o comércio, que teoricamente apoiariam as medidas, também se posicionam contra, pois tinham parte do capital no sistema financeiro. O mercado passa a apostar na derrota da Dilma em 2014. A grande imprensa passa a divulgar sistematicamente más notícias sobre economia (que ia muito bem) e políticas públicas. A derrota de Dilma em 2014 “colocará o país nos eixos”.

Cena 2- 26/10/2014. Dilma ganha as eleições presidenciais no segundo turno com 54,5 milhões de votos, 3,5 milhões a mais que Aécio. José Agripino Maia, um dos coordenadores da campanha de Aécio, declara ao final da apuração: “Os números mostram que esse novo governo do PT começa com contagem regressiva.” Premonição? Ou planejamento? Os que perderam a eleição pedem ao TSE recontagem de votos e auditoria nas urnas eletrônicas. Nada de irregular é constatado. Tentam impugnar as contas de campanha da Dilma, sem sucesso.

Cena 3 - 01/02/2015. Eduardo Cunha, que nas eleições apoiou Aécio, é eleito para a Presidência da Câmara dos Deputados com praticamente o dobro dos votos do candidato do governo.

Cena 4 – De 02 a 08/2015. Sob o comando de Eduardo Cunha sobre a maioria do PMDB e deputados dos partidos “nanicos”, e com apoio dos partidos derrotados na eleição para Presidente em 2014, a maioria da Câmara inicia processo de inviabilização do segundo governo Dilma. Projetos do governo são rejeitados parcial ou totalmente. “Pautas bomba” (decisões que ampliam muito o gasto do governo) são aprovadas e inseridas indevidamente em projetos com finalidade diversa, obrigando vetos da Presidenta. A crise econômica que chegou ao Brasil a partir de outubro de 1014, com queda acentuada dos preços das commodities, se aprofundam. Eduardo Cunha mantém Dilma de mãos atadas, negando aprovação da Câmara aos seus projetos para tentar segurar a crise. A grande imprensa continua manipulando manchetes catastróficas sobre perspectivas econômicas e utilizando vazamentos seletivos da Lava Jato sobre corrupção, demonizando Dilma e o PT, levando grandes parcelas da opinião pública a crer que Dilma é corrupta. O apoio popular ao governo despenca gradativamente.

Cena 5 - 20/08/2015. Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, denuncia Eduardo Cunha por corrupção e lavagem de US$ 40 milhões de dólares em propina da Petrobrás, e são descobertas contas suas no exterior.

Cena 6 – 01/09/2015. Juristas do PSDB apresentam pedido de impeachment contra Dilma. Presidente da Câmara pode aceitar, ou não, a abertura de processo na Casa. Eduardo Cunha faz suspense se aceitará ou não a abertura de processo de impeachment.

Cena 7 - 28/10/2015. Conselho de Ética da Câmara recebe representação do PSOL contra Eduardo Cunha por falta de decoro parlamentar. Processo que pode terminar em cassação é aberto pelo Conselho. Cunha passa a chantagear Dilma, exigindo apoio do PT para barrar o processo no Conselho de Ética.

Cena 8 - 01/12/2015. Dilma recusa chantagem de Eduardo Cunha e nega votos do PT para livrar Cunha.

Cena 9 - 02/12/2015. Em retaliação ao PT, Cunha acolhe pedido de impeachment contra Dilma e abre processo para a sua cassação.

Cena 10 - 17/04/2016. “Um sentimento geral de indignação perpassa grande parte da população brasileira, que assistiu perplexa e enojada o triste espetáculo proporcionado pelos deputados federais que compareceram à Câmara dos Deputados ... para votar ... a admissibilidade do impedimento da presidente Dilma Roussef... compartilhar a estranheza diante da forma como foi conduzido o processo, e principalmente, a atitude da grande maioria dos deputados que votaram pelo SIM.” (Câmara de Deputados, 17 de abril de 2016: ideologia sem disfarce. Carmen Teixeira - vice presidente do Cebes)

Cena 11 – Ato final. 30-31/08/2016. Dilma defende-se no Senado por 13 horas, respondendo perguntas dos senadores. Fundamenta exaustivamente porque não cometeu nenhum crime. Seguem-se debates exaustivos entre ataque e defesa. Janaína Paschoal atribui a autoria do impeachment à intervenção de... Deus! 

 

Everaldo Rocha é presidente do Partido dos Trabalhadores de Botucatu




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