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OPINIÃO
06/12/2016
4 Estados Nacionais e as aventuras da Empresa Lamia. Por Carlos Camacho


Acidentes aeronáuticos para mim, é mais que um trabalho: é um sacerdócio. Essa é uma CAUSA que abracei e que levarei aí estertor de minha vida. 
Mais um acidente envolvendo FATOR ORGANIZACIONAL e, como sempre, ao FATOR HUMANO - OPERACIONAL serão imputadas digamos, todas 'as culpas'.
Não foi, o LAMIA, um acidente novo, inédito.
Todos os sinais foram dados...
Foi a soma de nossas ignorâncias que permitiram que o mesmo acontecesse.
O braço da Lei irá "focar" no elo fraco da corrente: a senhora CÉLIA CASTEDO MONASTERIO, que recebeu o Plano de Vôo, em Santa Cruz de La Sierra "não devia ter autorizado" o plano de voo.
Ora bolas, ele alertou que o avião não tinha combustível suficiente para realizar o vôo, de acordo com o que observara no momento em que o mesmo foi-lhe apresentado. E não o fez porque? 
Simples!
Alguém acima dela "deve te-la  mandado não se meter no assunto".
A LAMIA era uma empresa questionável. E como!?!
'Devendo' na conta Manutenção avião desde 2014 (foi a última registrada). Isso prova que o avião era bom. Era robusto. Confiável.
 
A LAMIA, em seu staff administrativo tinha um general, o boliviano GUSTAVO VARGAS o qual, teria dito à imprensa que 'o veto da ANAC Brasil' teria atrapalhado os planos de reabastecimento em COBIJA, a meio caminho da viagem, ou seja, a 1900 quilômetros entre Santa Cruz de La Sierra e Medelin.
A ANAC estava exatamente cumprindo a legislação que reza que somente empresas registradas no país de origem do vôo, ou do país de destino. Esse não era o caso do LAMIA, que estava registrado como boliviano.
 
Outro militar ocupando cargo de mando, na Colômbia, o colombiano Freddy Bonilla, disse à imprensa 'coisas' que não podem nem devem ser desprezadas.
 
1) que o plano de voo recebido pela Colômbia e que fora enviado pelas autoridades bolivianas, informava que o avião da LAMIA teria pousado em COBIJA para reabastecer. Todavia, não apresentou prova física, ou seja, o próprio plano sobre o qual discorrera;
 
2) Disse ainda que o pessoal do Controle de Tráfego Aéreo colombiano só soube que o vôo da LAMIA estava seguindo direto de Santa Cruz de La Sierra quando o avião já estava sobrevoando espaço aéreo colombiano! 
 
Por que motivos os  Controladores colombianos não tomaram nenhuma ação para impedir o acidente? E porque assim não agiram?
 
Poderiam ter determinado que o avião da LAMIA pousasse em Bogotá e abastecesse, evitando o acidente.
 
3) Veiculou-se que o aeroporto de COBIJA poderia sim ter sido acionado para permitir o pouso do LAMIA e, com isso, sido abastecido. Tal autorização jamais foi solicitada.
 
ALGO MUITO ESTRANHO NOS CEUS SUL AMERICANOS
 
A LAMIA vinha apostando todas as suas fichas no azar...
Sua autonomia, em termos de distância, era de 2.965 km. Logo, qualquer coisa acima disso, significa chegada com 'as calças na mão'. 
Aos fatos...
 
VOOS DE ALTO RISCO
 
a) Em 22/08/2016, a LAMIA voou de Medelin para Santa Cruz de La Sierra. Isso significa que o avião percorreu 2975 km em 04 horas e 28 minutos.
 
Questionamento que poderia ser feito ao coronel Freddy Molina:  "Vossos controladores aprovaram tal PLANO DE VOO?".   
 
b) Em 28/10/2016, a LAMIA voou direto de COCHABAMBA para MEDELIN. Tempo de Vôo?
Foi de 4 horas e 27 minutos e percorreu 2816 km.
 
Importante registrar que a autonomia de vôo desse modelo de avião é de 2965 km. 
Ah! $im! Poderia ter pego um bom vento de cauda? 
Sim, poderia!?!
 
Mas, ainda assim, não tinha:
 
✈combustível para voar de Medelin para sua alternativa, talvez Bogotá.
✈tampouco os 30 minutos de vôo que lhe permitiria espera segura sobre algum ponto geográfico ou permanecer na  vertical de algum aeroporto, para espera.
 
Esse tipo de atitude em países mais exigentes, meticulosos e  sérios,  seria visto pelas lupas do Código Penal como pratica literal de "Atentado contra a segurança transporte aéreo & Delito de Perigo para a vida de outrem".
 
Ao Estado colombiano caberia a indesejada "Culpa Concorrente"? Esse é assunto para advogados, juízes, juristas.
 
c) Em 29/10/2016: o Avro da LAMIA voou de MEDELIN para SANTA CRUZ DE LA SIERRA. 
Voou também diretamente de um para o outro ponto em 4 horas e 32 minutos, e percorreu 2975 km.
Teria sido esse Plano de Vôo autorizado pelas autoridades colombianas e convalidado pelas autoridades bolivianas?
 
Essas questões são para os senhores jornalistas...
 
d) Em 04/11/2016, o Cmte Marco Venegas, também piloto e sócio da empresa LAMIA, "puxou direto" de MEDELIN para SANTA CRUZ DE LA  SIERRA. 
Distância: 2975 km (10 km a mais que a autonomia de vôo  prevista pelo fabricante.
Ah! Sim... Pode ter recebido um bom vento soprando na cauda, empurrando o avião e, com isso, gastando menos combustível? Sim, é possível.
Mas não teria impacto tão grande em um vôo de 4 horas e meia.
 
RESPONSÁVEIS POR UM VÔO
 
Piloto, Copiloto, Controladores de Vôo, desde o aeroporto de decolagem até o aeroporto de destino.
No caso acima, Bolívia e Colômbia.
 
e) Em 10/11/2016 um outro vôo, desta vez sobre territórios argentino e brasileiro. A LAMIA voou de BUENOS AIRES para  BELO HORIZONTE.
Tempo de Vôo: 03:29.
DISTÂNCIA: 2217 Km.
Contratante teria sido a Seleção Argentina.
MESSI era um passageiros à bordo. Sei seguro deve ser altíssimo.
 
f) Ainda em 10/11/2016, no mesmo dia, em vôo de volta de  BELO HORIZONTE para BUENOS AIRES.
Tempo de vôo: 04:04.
Distância: 2217 km.
Lembrar sempre qual era a Autonomia de Vôo do Avro da LAMIA: 2650 km.
Novamente a conta não fecha... ✈🔫
 
g) Em 28/11/2016: essa
conta não fechou mesmo...
Engavetou sim 71 seres humanos.  
Foram 71 mortos e 06 feridos.
Mais um "vôo direto", de
SANTA CRUZ DE LA SIERRA para MEDELIN.
Tempo de Vôo: 04:37.
Distância: 2.975 km.
 
A Colômbia diz que recebeu um Plano de Vôo no qual o avião da LAMIA faria um pouso técnico em COBIJA, para o respectivo reabastecimento.
O avião da LAMIA não pousou.
Tocou direto para Medelin na direção do desastre, do acidente. Não chegaram a Medelin.
 
RELATO IMPORTANTE
 
O coronel colombiano Freddy Molina, relatou ao Jornal El Tiempo (em 2, abaixo), em 02/12/2016:
 
1: "O Plano de Vôo enviado pela LAMIA à Aasana, Agência Nacional de Aviação da Bolívia era diferente do que foi enviado para a Agência colombiana".
Diz, agora, o coronel Freddy:
2:  "Descobrimos que, na realidade, (o vôo), veio de Santa Cruz de La Sierra, a 3.000 km do local do pouso, distância equivalente à autonomia da aeronave, sem margem para medidas de segurança, como foi necessário".
 
Diz, ainda, "À AEROCIVIL, a companhia LAMIA deu uma permissão de saída, apoiada pela autoridades bolivianas, a partir da cidade de COBIJA com destino a Rio Negro (Medelin)".
 
Dias depois, o mesmo coronel Freddy Molina diz em entrevista à TV Globo, "que os Controladores colombianos só souberam que o LAMIA estava 'vindo direto de Santa Cruz de La Sierra para Rio Negro' (Medelin), quando o avião já estava sobrevoando território colombiano".
 
Uma pergunta fica no ar: "Esses mesmos Controladores não obrigaram o LAMIA a pousar em Bogotá?
Porque não?
Quem arcará com os custos da Investigação será a Colômbia...
E esse senhor, o coronel Fred Molina, tomou alguma atitude quanto ao fato ora conhecido?
 
Evo Morales parece que sim, e saiu na frente. 
Tomou decisões, afastou pessoas de seus cargos.
 
'Presidente' TEMER.
Se tens a dizer, por favor, diga 
através de vossos porta vozes e responsáveis pelo tráfego aereo em nosso país.
 
CONCLUSÃO
 
4 Estados nacionais estão envolvidos com vôos de altíssimo risco empresa LAMIA.
 
PUNIÇÃO IMEDIATA
 
Quem está sendo punido até o presente momento é a funcionária boliviana de nome Célia Castedo Monastério.
 
O atacante do Atlético Nacional, MIGUEL ÁNGEL BORJS, colombiano, manifestou-se:
"Queremos que a Federação, que a CONMEBOL nos dêem mais recursos para viajarmos com MAIS SEGURANÇA e comodidade, ao Canal Kik Off, colombiano.
 
 
 
Carlos Camacho, piloto aposentado, técnico em Segurança de Vôo e indignado.

 




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