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06/01/2020
Caravelas nas praias brasileiras


Artigo escrito por especialistas em acidentes com animais aquáticos.

Por: Vidal Haddad Junior (FMB); Rossana Helena Pitta Virga (Acquamundo) e André Carrara Morandini (Zoologia USP)
 
As caravelas-portuguesas (Physalia physalis) são organismos marinhos confundidos com as águas vivas, embora apresentem um balão flutuador roxo ou avermelhado, enquanto as águas-vivas verdadeiras são transparentes. Também chamadas de “bexiguinhas”, são mais comuns nas regiões Norte e Nordeste do país, embora possam ser encontradas mais raramente na região Sudeste e Sul, onde por vezes aparecem em grande número, mas por curtos intervalos de tempo. 
 
 
Caravelas são consideradas perigosos para os banhistas, pois em seus longos tentáculos (podem chegar a 30 metros!) possuem uma estrutura microscópica que injeta veneno chamada nematocisto. O contato com os tentáculos da caravela causa um envenenamento muito doloroso e a dor lembra a de uma queimadura, embora não sejam verdadeiras queimaduras. Os balões flutuadores das caravelas boiam acima da linha da água e isto é um sinal para se afastar, pois os tentáculos podem ser longos e estarem estendidos longe do balão.
 
Como em todo o verão o número de acidentes por animais marinhos nas praias aumenta muito e o verão de 2020 não será diferente. Os acidentes ocorrem pelo aumento do número de banhistas e pela chegada das caravelas e águas vivas às praias. Na Baixada Santista, principalmente na região de Guarujá e Praia Grande, esses animais aparecem sazonalmente, uma vez que o verão é a época de reprodução dos animais. Além disso, correntes frias acopladas a ventos costeiros trazem as caravelas as nossas praias.
 
Esse fenômeno do surgimento de caravelas dura aproximadamente 2 a 5 dias. Respeitando-se o momento com maior número de animais nas águas, os banhistas não precisam deixar de ir às praias. Em poucos dias elas desaparecerão e a situação se normalizará.
 
Entretanto, quem tiver contato com uma caravela deve tomar certos cuidados:
     - NÃO coloque água doce em hipótese alguma (piora o envenenamento).
     - NÃO toque a mão sem luvas no tentáculo.
 
Logo após o contato a dor é instantânea e violenta. O local fica com linhas avermelhadas que correspondem aos tentáculos do animal. Se houver tentáculos ainda aderidos, retire com um palito ou graveto, nunca com as mãos nuas. Em seguida faça compressas de água do mar gelada e banhe com vinagre de cozinha, o que irá aliviar a dor e inativar parte do veneno. Alguns postos de salvamento na praia ou as barraquinhas de praias possuem esse material disponível em forma de sachês.
 
Oriente as crianças a não tocarem os animais que chegam na areia. A cor chama a atenção delas e o envenenamento pode acontecer após o contato, pois o veneno fica ativo por algumas horas.
 
ATENÇÃO!
Se houver falta de ar, taquicardia (batimento acelerado do coração) ou perda de sentidos procure com urgência um Pronto-Socorro. Embora raros, acidentes com repercussões sistêmicas podem ocorrer e dependem da área de contato com os tentáculos e tamanho da vítima (quanto mais numerosas e extensas forem as marcas, maior o risco de gravidade, o que põe em risco as crianças). Se a dor não ceder com as medidas iniciais, o atendimento hospitalar também é obrigatório, para uso de analgésicos injetáveis.
 
Da Assessoria HC/FMB



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